sexta-feira, 29 de junho de 2007

censura???

Acho que estou pela primeira vez na vida a provar o amargo travo da censura. O artigo anterior ainda não estava publicado aquando da redacção deste texto. Assim, serve o presente para tentar perceber se o problema é geral ou se foi de facto a censura que impediu o artigo em causa de ser publicado.

Aproveito para me subscrever com os meus melhores e mais cordiais cumprimentos.

a mentira

Não é que o senhor ministro da saúde tenha mentido... Ele só faltou à verdade, coitado. Todos nós sabemos que a verdade é muito cedo e o senhor ministro hoje acordou um pouco mais tarde do que o habitual. Ainda por cima, a limusine que o ia buscar furou um pneu e o motorista teve de chamar a assistência em viagem, bem como outra limusine. Já se sabe que uma limusine não se arranja assim de um momento para o outro. Demorou cerca de uma hora. O senhor ministro chegou por volta das 10.30 e a verdade tinha terminado pelas 10.00.

Não me posso pronunciar muito mais do que isto ou ainda acabo por ser demitido da direcção / redacção / promoção / administração aqui do blogue. Esperem lá, quem manda aqui sou eu. Não sou?

domingo, 24 de junho de 2007

pérolas...

Encontrei o anúncio que aqui transcrevo neste site de classificados

"Oferta


a empresas,particulares ou politicos,o meu QI é de 176 possuo enormes capacidades para: engenheiria,pintura,arquitetura,economia,finanças,mercados,industria militar,gestão entre muitas, a venda será feita em leilão pela melhor oferta, não existe valor base de licitação,o tempo de leilão é de 30 dias, as ofertas devem ser feitas atravez de e-mail ou para o ******,o melhor ofertor ficará com os meus direitos intelectuais mediante a duração do contrato que o mesmo me propor e caso eu aceite este mesmo contrato, e ainda podera vender estes mesmos direitos mais tarde a outros interessados e recuperar o investimento feito e o lucro."

Eu optei por eliminar o número de telefone do texto que transcrevi para não ferir susceptibilidades mas se estiverem interessados sigam o link do site de classificados e encontrarão lá o contacto.

Cumprimentos e bons negócios.

quarta-feira, 20 de junho de 2007

reflexão sobre a função pública

Um belo dia, liguei para os serviços de atendimento ao cliente duma operadora de telecomunicações, cujo nome, não querendo fazer publicidade, significa muito, mas mesmo muito, mas mesmo mesmo muito bom, em latim. Queria apenas tirar umas dúvidas sobre se os cangurus saltavam assim tão alto como eles mostravam nos anúncios publicitários. A menina atendeu-me muito bem, foi muito gentil, esclareceu-me, desliguei o telemóvel e fui à minha vida. Até aqui, vocês podem perguntar: "Mas que raio tem isto a ver com a função pública?" - Nada! Rigorosamente nada. Mas continuem lá a ler. Passados uns dias ligaram-me da dita operadora a perguntar se eu não me importava de responder a um questionário sobre o atendimento que tinha tido aquando da chamada que havia feito. Nestes casos fico sempre inseguro. Não é preciso ter muita atenção para reparar que os tubarões do marketing se munem de artifícios cada vez mais elaborados para devorar o já de si magro orçamento dos cidadãos comuns e desprotegidos, qual cardume de petingas. A menina disse que ia ser rápido e eu lá aderi. O questionário era mesmo sobre a forma como fora atendido, fui interrogado sobre a simpatia, sobre a utilidade do telefonema, perguntou-me se voltaria a utilizar o serviço, enfim, essas coisas. A esta hora os mais atentos são capazes de já ter entendido aonde eu quero chegar...
Numa altura em que se fala da reforma da função pública e na promoção em vez de progressão, eu receio a possibilidade de tudo ficar na mesma ou pior ainda, dependendo de quem será responsável pela avaliação do desempenho dos funcionários. Imaginem que eu trabalhava para o estado e era responsável pela avaliação dum grupo de funcionários nos quais se incluíam um grande amigo meu, o tipo que me tratava do jardim ao fim de semana (não esquecer que este também me tratava dos cães durante as minhas merecidas férias) e um irmão meu. Já eram três funcionários públicos a ter nota máxima todos os anos. Parece-vos justo? A mim não, e foi por isso mesmo que tive a seguinte ideia, que talvez precise de ser mais desenvolvida, mas que contém já o essencial:
Penso que deveria ser criado um sistema do género daquele que eu descrevi no início do artigo, para avaliar, pelo menos os funcionários que lidam directamente com o público. Imaginem que eu ia à câmara municipal tratar dum documento qualquer. O funcionário que me atendia registava o meu nome, o meu contacto e o assunto. No dia seguinte ligavam-me dos serviços centrais com um questionário sobre o atendimento, incluindo a simpatia, a competencia, a celeridade, e quaisquer outros aspectos que entendessem necessários. Eu respondia e juntavam as minhas respostas à base de dados que automaticamente classificava o funcionário. Para evitar falsificações, caso eu não fosse contactado durante um determinado (curto) período, deveria imediatamente reclamar junto dos serviços centrais, sendo criada uma linha gratuita para o efeito. Mas será que a seguir me ligavam novamente a perguntar o que eu achara do funcionário que tinha feito o primeiro questionário, dando assim origem a um ciclo vicioso que nunca mais terminaria? Claro que não. Neste serviço poderiam trabalhar empresas de tele-sondagens contratadas anualmente através de concursos públicos. Um dia, talvez todo o processo chegasse a acontecer exclusivamente através de computadores, sem necessidade de telefonistas (sim, eu sei que agora é muito mais chique chamar-lhes operadores de call center).

Saudações democráticas

Pergunta: Depois de quase um mês sem notícias minhas, acham que ainda valeu a pena lerem isto?